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agosto 21, 2004

Luminescente Eterno 

O padre começara a recitar a oração Zen do erguer dos corpos; juntei-me a ele. Estava muito escuro no interior do templo. Mas os pendões suspensos das colunas, as grandes flores de bronze que decoravam o santuário, o queimador de incenso e os vasos refulgiam, tocados pela claridade vacilante da lâmpada sagrada. Por vezes entrava um sopro de ar marinho que enchia as minhas largas mangas sacerdotais. Enquanto recitava os sutras, as nuvens de Verão, ferindo-me no canto do olho com uma luz dura, impunham-me a sensação constante da sua presença.

Yukio Mishima (1925-1970)
O Templo Dourado


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