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novembro 09, 2005

A minha vida dava um filme porno - II 


Senhor Procurador Geral da República:
Suponha que vivemos num Estado de Direito, onde as decisões dos Tribunais devem ser respeitadas.

Suponha ainda que todos os cidadãos são formalmente iguais perante a Justiça.
Agora, suponha que os portugueses esperam que o senhor dê voz à sua indignação, quando vêm os valores sociais esbulhados de tal forma que sentem vergonha do seu país!
Continua a entender que é simplesmente "uma questão que tem a ver com os cidadãos" e não consigo?





"Isso é uma questão que tem a ver com os cidadãos e não comigo"
Souto Moura, Procurador Geral da República,
confrontado com a possibilidade de os cidadãos ficarem perplexos com esta interpretação da lei.





"Alguém estaria à espera que eu dissesse que o estado da Justiça é bom?
Suponho que ninguém está à espera disso"
Souto Moura, Procurador Geral da República



Novembro de 2005:

O Tribunal da Relação de Guimarães deu provimento ao recurso de Fátima Felgueiras, pedindo a anulação dos depoimentos de três arguidos e das escutas telefónicas constantes no processo.

Grande contrariedade para a senhora, que desejava que o julgamento começasse já, uma vez que tem pressa em demonstrar que é inocente!

Esta anulação - oh que surpresa! - obriga à correcção do despacho de pronúncia e deverá originar nova fase de instrução!

Uma coisa é certa: o início do julgamento, inicialmente agendado para o final de Outubro.. será lá para as calendas gregas!


A expectativa sobre o próximos capítulos reside em:
- saber se os três arguidos e ex-colaboradores de Fátima Felgueiras - Domingos Bragança, Horácio Costa e Joaquim Freitas - resistem às pressões de que têm sido alvo desde 2003.
- saber qual o papel que tem nesta história o alto-quadro do Ministério Público, suspeito de exercer pressões sobre as testemunhas e de conivência com a senhora.
- saber qual é o papel da Procuradoria Geral da República, pois tinha conhecimento das alegadas pressões, que deram origem à investigação do saco azul do Partido Socialista.
- saber qual é o papel do Tribunal da Relação de Guimarães, que hoje mesmo anulou a parte do julgamento em que Fátima Felgueiras havia sido condenada por difamação a Horácio Costa por, entre outras coisas, considerar que as expressões "patife, sem coragem, sem vergonha e sem escrúpulos, sem estrutura e dignidade, um verdadeiro terrorista"- usadas contra o ex-colaborador no decurso da entrevista ao Comércio do Porto - fazem parte do vocabulário normal, consagrado e aceite na disputa política nacional"!!


Continua.. mas ninguém sabe quando..

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