<$BlogRSDURL$>

dezembro 04, 2006

Elogio a VPV 



Biografia política de um herói português em África, tão temerário quanto irresponsável.
Da vida de Paiva Couceiro, destaques para a aventura africana enquanto líder militar durante a ocupação colonial, a defesa desastrada da Causa monárquica no 5 de Outubro de 1910 - que, de acordo com o retrato traçado por VPV, saiu pouco prestigiada -, e os episódios em que protagonizou uma outra direita que se opunha a Salazar.





Para Couceiro não havia Portugal sem Império, mais precisamente sem a colonização intensiva do Império, ou mais precisamente ainda sem a colonização intensiva de Angola. Porquê Angola? Porque, como já se disse, no plano de Couceiro, Portugal devia tornar Angola no Brasil da costa ocidental da África. Ao resto das colónias dava pouca importância e despachava numa linha. Mas não lhe parecia exagerado pensar que com bases no Atlântico ( Açores, Madeira, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde) e a imensa riqueza e a escassa população de Angola, não se pudesse fazer do Atlântico um «lago português». Esta política, ou visão, de Couceiro, punha em causa a política interna de Salazar, que não conhecia África e que, sendo um realista, se preocupava principalmente com a ordem e a estabilidade na metrópole. E punha também em causa a própria existência do regime, porque implicava (e Couceiro não o escondia) um sério esforço de armamento e uma presença militar em regiões de importância estratégica crucial e, além disso, o risco inaceitável de uma aliança com Inglaterra (uma potência democrática e, portanto, teoricamente hostil) em caso de guerra. Couceiro sabia que Portugal precisava do consentimento e do patrocínio da Inglaterra para pesar no Leste e no Sul do Atlântico e não lhe repugnava pagar o preço. Salazar não queria envolver o país num eventual (e mais do que provável) conflito europeu, em nome de uma aventura fantasiosa e mirífica.




Título:Um Herói Português - Henrique Paiva Couceiro (1861-1944)
Autor: Vasco Pulido Valente
Editora: Alêtheia Editores
Ano de Edição: 2006

Etiquetas:


Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?